quinta-feira, 3 de maio de 2012

Distopias na Literatura


DISTOPIAS.

por: Júnior AngNo.


            Distopias são obras na literatura e no cinema que pintam um futuro terrível: uma sociedade vivendo sob um regime totalitário (Farenheit 451) e valores decadentes (Laranja Mecânica e Admirável Mundo Novo), sem que sejam capazes de se defenderem ou de perceberem tal situação devido a métodos sofisticados de domínio que vão da violência física até, e principalmente, ao controle mental (Matrix e 1984).
            As distopias, na verdade, falam mais sobre de um presente conflituoso do que um futuro desconhecido. Dois exemplos. Primeiro, 1984 (1948) antecipava aos leitores um clima de vigilância e perseguições tão comuns durante o período da Guerra Fria (1945-1991). Segundo, em Matrix a realidade é um software, uma ilusão promovida/patrocinada por máquinas super inteligentes e que controlaram/dominam os humanos. Podemos perceber em Matrix certo tom pessimista em relação a revolução tecnológica e a atual sociedade da informação na qual estamos inseridos.
            Alguns “avisos” dessas obras proféticas já podem ser percebidos como os mecanismos de vigilância cada vez mais apurados, previstos na obra de Orwell, e grupos que cultivam o ódio e a violência gratuita como grupos de skinheads espalhados pelo mundo, previstos na obra de Burgees.
            As obras distópicas demonstram grande pessimismo e descrença com relação aos discursos e verdades que explicavam/construíam a realidade prometendo um futuro grandioso: comunismo, capitalismo e totalitarismo. As obras distópicas são, portanto, obras antiutópicas.


"NÓS" (1924) - Yevgeny Zamyatin. Uma das primeiras obras distópicas do século 20. A sociedade vive sob o domínio de um Estado totalitário e que considera o livre-arbítrio algo maléfico a ordem vigente. As casas e outros ambientes são feitos de materiais transparentes permitindo maior visibilidade e controle por parte do estado e dos habitantes que tambem se regulam. Na URSS o livro era proibido, só voltando a ser editado com a queda dos Governos Comunistas.





"ADMIRÁVEL MUNDO NOVO" (1932)Aldous Huxley. Outro livro distópico bastante conhecido. Nessa obra as pessoas são produzidas e divididas em castas e que possuem determinadas funções dentro da sociedade. Castas superiores vinham de óvulos perfeitos enquanto que as castas inferiores eram produzidas a partir da fertilização de óvulos inferiores, processo esse chamado de Bokanovsky. Quando tristes e descontentes com a realidade, os indivíduos ingeriam uma droga chamada soma, que facilitava a servidão e evitava desvios de ideias e comportamentos. 
(livro em PDF Link)
                                                                                      
  
                                                                                          
 "1984" (1948)George Orwell. Juntamente com Admirável Mundo Novo, Farenheit 451 e Laranja Mecanica é uma das mais conhecidas e profundas obras distópicas já produzidas. Um Estado totalitário e violento controla seus cidadãos por meio de Teletelas (tela que permite ver e ser visto) e intensa propaganda governamental. Duplipensar, Novilingua e crimideia são palavras corriqueiras na obra. Duplipensar é a principal tática usada pelo Partido que controla o Estado autoritário: um individuo era obrigado a arquivar em sua mente duas informações/crenças contraditórias sobre algo. Por exemplo: guerra é paz e paz é guerra.
(livro em PDF - Link)


"LARANJA MECÂNICA" (1963) – ANTHONY BURGEES. Livro que se passa numa Inglaterra futura onde jovens (skinheads?) saem a noite para se divertir estuprando, assaltando e matando pessoas por puro prazer, e onde o Estado se utiliza de meios não menos violentos para acabar com a violência. O método Ludovico consiste em uma técnica cruel de condicionamento mental e moral onde o individuo torna-se incapaz de praticar qualquer ato violento. Um indivíduo fica preso a uma cadeira, com as pálpebras pregadas a ela, onde é drogado enquanto cenas de violência extrema são passadas numa grande tela.
(livro em PDF - Link)





 "V de VINGANÇA" (1983) – ALAN MOORE. A Inglaterra de 1997 vive sob um regime totalitário e violento que chega ao poder após eventos nucleares. Adam James Susan é um ditador nos moldes de Hitler e Stalin. O regime totalitário no qual os habitantes estão inseridos é caracterizado pela repressão a liberdade sexual e a indivíduos de outras etnias. O protagonista V foi uma antiga cobaia de experimentos para armas biológicas e teve sua face e vida desgraçadas por tais projetos. A partir de então, V, usando uma máscara com os traços de um famoso conspirador inglês de nome Guy Fawkes(1570-1606) utiliza-se de ações diretas como atentados a bomba para livrar o povo. 
(série em PDF - Link)

Um comentário:

  1. Muito bom, cara. Curti muito o post, parabéns! Desses, só li Admirável Mundo Novo, mas lerei o resto em breve. rsrsrsrs :)

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