_____________________________________________________________________________
INSTINTO PRIMORDIAL
No primeiro incandescente raio solar, Annie partiu. Deslizou a procura de sentimentos que a tornasse viva. Instintos que a exorcizasse da horrível sensação de ficar estagnada. Livrar-se de toda raiva e pilantragem que a cercava.
Mas viver em uma terra mecanizada e ao mesmo tempo querer falar sobre amor(e ódio) era classificado como "horrendo", uma tarefa nada fácil. Demonstrar afeto era uma atitude revolucionária. Diante de tanto cimento e poluição, o brotar da flor era um sinal de subversão.
Mesmo com tamanha dificuldade, Annie sem muito pensar, se jogou ao vento e esperou ele lhe guiar ... Dele recebeu conselhos e indicações de agradáveis lugares, livres de pessoas, claro. Conselhos que foram ditos em vão, já que devido a sua desobediência, ela acabou dando de cara com uma cidade nada diferente da qual estava acostumada. Uma rota barulhenta e motorizada.
Nessa cidade os vidros dos carros pareciam impossibilitar e negar toda forma de contato. O estrangeiro que trazia sua cultura plural e diversa era temido, pois como popularmente falavam: "não deviam misturar" (e muitas pessoas jamais ousariam de questionar isso). Pro seu próprio azar, Annie foi recebida sob ameaças.
Ao observar a situação, o vento sussurrou por última vez e então a dúvida caiu sobre a cabeça de Annie: "fugir era o melhor a se fazer?", talvez não, mas isso a deixaria viva. Esconder-se de humanos e desfrutar de sua animalidade se fazia necessário. Agora Selvagem.
por Allan Gomes
menos humano, mais instintivo!
ResponderExcluirvaleu mesmo por postar, Luan, hehe
allan gomes